Foi aberto oficialmente na manhã desta terça-feira (21) o Museu do Folclore “Sebastiana Ramos Chagas” – “Neusona”, que vai funcionar no prédio da antiga estação Ferroviária, em frente à Praça Rui Barbosa. Com acervo diversificado, o espaço nasce com a proposta de preservar a cultura popular e transmitir às próximas gerações estes mitos e lendas.

O espaço vai se somar à rede que o município já mantém com o objetivo de preservar as tradições folclóricas e as disseminar da maneira mais abrangente possível. E é sobre esta estrutura que se apoia o projeto apresentado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que confere a Tupã o título de “Capital Estadual do Folclore”.

Um dos aspectos levados em conta pelo parlamentar é o envolvimento de quase toda população em atividades como o Festival do Folclore, que mobiliza públicos de todas as idades e tem destaque regional. “Mais que um espetáculo artístico, trata-se de uma verdadeira vivência cultural, que aproxima diferentes gerações e reforça a identidade paulista”, destacou França.

No evento que marcou a entrega do museu, o secretário de Cultura e Defesa do Folclore, Luís Carlos Sanches dos Passos, lembrou o trabalho que vem sendo feito a nível estadual e destacou que o novo espaço se soma a uma grande estrutura já em funcionamento com o objetivo de manter vivas tradições diversas. “Tupã é uma das cidades do interior com maior número de museus e isso diz muito sobre a nossa cidade”, completou.

O prefeito Renan Pontelli destacou a importância deste e de outros museus não somente na preservação histórica, mas no papel que desempenham na educação de crianças e jovens. “Em época de internet, reunir esse tipo de acervo é fundamental, pois dá aos jovens a oportunidade de conhecer os caminhos que foram trilhados pelos que vieram antes deles. Destacando a importância que têm educação e cultura e o impacto que elas provocam. “A Tupã do futuro vai ser muito melhor que a Tupã do presente”, sentenciou.

A Homenageada
Sobrinho da homenageada, Rafael Chagas agradeceu em nome da família e destacou o comprometimento de “Neusona” com o desenvolvimento da sociedade e a maneira carinhosa como cumpriu essa missão. “À frente do terreiro Estrela D’alva, acolheu pessoas de todas as crenças, sempre com respeito, empatia e o coração aberto”, destacou.

Sebastiana Ramos Chagas, era “mãe de Santo” e se tornou “Yalorixá Neusa”. Filha mais velha de Jorgina Ramos Chagas e Alfredo Francisco Chagas, permaneceu no comando do espaço religioso por mais de 60 anos. Mentora e dotada de um dom maravilhoso, por meio da fé de sua família, e de muitas famílias tupãenses, fazia a mediação entre o sagrado e os pedidos de populares.  

À frente do Centro Estrela D’Alva, Neusa, realizou a festividade de São Cosme e São Damião por mais 60 anos e foi, inclusive, reconhecida pelo Legislativo Tupãense, em mais de uma oportunidade por meio de Moções de Congratulações por seus serviços de caridade prestados. Ela faleceu no dia 12 de março de 2024, aos 72 anos, deixando um filho e um neto, que eram sua maior razão de orgulho.