Quem esteve no Shallon Festas e Eventos nesta quarta-feira (5), no lançamento oficial do Outubro Rosa "Apaixone-se" de 2022, precisou segurar as lagrimas para não chorar. Desenvolvido há sete anos pela secretaria de Saúde e parceiros, a campanha une todos os anos, mulheres de Tupã acometidas pela doença, que se tornam porta-vozes do projeto, e por meio de seus relatos, ressaltam a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.

A inspiradora iniciativa começou com Orasilia Mestrinheire Hungaro, carinhosamente conhecida como "Lia", uma tupãense diagnosticada com câncer, que procurou a secretaria da Saúde e se prontificou em usar sua história em prol da sociedade.

"Ela falava que a sua doença não era em vão, tinha um objetivo de acontecer e ela precisava usar isso para um lado bom, que foi começar a alertar toda população que o câncer tem diagnóstico, tratamento e grandes chances de cura quando detectado precocemente", contou a diretora do departamento de Atenção Básica, Simone Veronez Bauer.

"Lia" não conseguiu vencer a doença, mas seu legado permaneceu vivo. Desde 2019, suas amigas ajudam a secretaria de Saúde dar sequência à campanha. Intituladas como "madrinhas", o grupo de mulheres composta por Gertrudes Carrion, Maria José Conceição Porto, Maria José Luchi Bauer, Maria Noélia Oliveira Gomes, Ruth de Souza Dias, Sandra Gomes Pereira Spinardi e Sueli Guerra Gonçalves, ajuda todos os anos na divulgação e engajamento do projeto.

"É um grupo de mulheres abnegadas, que todos os anos promovem esse evento, pois não é só o lançamento simples de uma campanha pra conscientizar as pessoas sobre o câncer de mama ou a necessidade das mulheres se cuidarem, é a valorização das ‘guerreiras’ que estão passando por esse problema. Que elas tenham força para passar por isso, saibam que não estão sozinhas, e isso faz com que elas ganhem um impulso a mais pra cura", disse a secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Telma Tulim. 

Neste ano, cinco "guerreiras", apelido carinhoso dado às mulheres que participam da campanha, foram chamadas: Deise Cristina dos Santos, Eliza Conceição Rocha Reis, Marli Santos, Silvia Rosana Pivetta e Sônia Cristina Dias Ramos, que está no projeto pela segunda vez, após novamente ser diagnosticada com a doença.

"A primeira vez foi pior, fiz um tratamento mais agressivo (quimioterapia e radioterapia), mas dessa vez o tratamento é diferente e não tem o efeito colateral. E participar da campanha é uma emoção, as madrinhas são maravilhosas, somos super bem recebidas, e isso deixa a gente alegre em meio a essa turbulência", revela Sônia Ramos.

Para Silvia Rosana Pivetta, a campanha é de extrema importância para que outras mulheres tenham a iniciativa de fazer o exame, assim como ela fez no ano passado. "É uma alegria bem grande participar do Outubro Rosa, pois descobri meu câncer em janeiro, através da campanha. Pra gente é muito bom essa iniciativa, porque melhora a nossa autoestima. O tratamento do câncer é triste, é doloroso, e essa iniciativa ajuda bastante".

Outra "guerreira" que fez seu teste através da campanha do ano passado é Marli Santos. Esses exemplos são frutos de que a campanha tem sua importância e faz a diferença na vida de muitas mulheres, como explica o secretário de Saúde, Dr. Miguel Ângelo de Marchi. 

"Campanhas como o Outubro Rosa têm a finalidade importante de despertar para o seu público-alvo, neste caso, as mulheres, sobre o câncer de mama. Então, esses meses são importantes para você conscientizar a população que ela deve procurar a saúde, os atendimentos médicos, e não deixar para depois”.

Durante todo o mês, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) realizam atendimentos para a população feminina. As consultas são individualizadas e agendadas através de ligações telefônicas. Cada mulher pode ligar na sua unidade e agendar um horário para cuidar da sua saúde de forma integral, prevenindo-se do câncer de mama e colo do útero.

Segundo o prefeito Caio Aoqui, os horários de atendimentos foram estendidos neste mês para facilitar às mulheres que desejarem marcar uma consulta. "As unidades estão com horários especiais para os atendimentos, porque algumas mulheres trabalham até as 18h, e não conseguem ir aos postos de saúde. Por isso, vamos ter horários especiais em alguns dias, para que elas possam ter seu atendimento e fazer a prevenção".