Três companhias de reisado participaram do 29º Encontro de Folia de Reis, realizado pela Prefeitura de Tupã no domingo (8) como parte das celebrações da Epifania do Senhor, na Capela da Imaculada. A festa marca o Dia de Reis, 6 de janeiro, e ajuda a manter uma tradição popular que representa a devoção de diferentes povos.

Os participantes peregrinam, cantam, tocam instrumentos e rezam diante de altares e presépios, versos inspirados na passagem bíblica do livro de São Mateus (capítulo 2: 1-12), que fala da profecia e do gesto dos três Reis Magos na noite do nascimento de Jesus.

Conforme o embaixador da Companhia Estrela do Oriente de Rinópolis (SP), Ronny Aparecido de Souza Lima, os grupos levam uma bandeira e são geralmente compostos pelos bastiões, um mestre, um contramestre, um embaixador e pelos foliões.

“Esse ano a gente comemora o 22º ano de caminhada com a bandeira da Estrela do Oriente. Hoje a gente tem dificuldade de apoio da própria cultura, inclusive quero parabenizar a Cultura da cidade de Tupã, por essa força. Infelizmente não são todas as cidades que dão esse apoio para as companhias de Santos Reis”.

Numa demonstração de parceria entre os componentes das diferentes bandeiras, o embaixador e os músicos da Estrela do Oriente participaram da apresentação do cortejo Bandeira da Paz, de Herculândia (SP). A líder do grupo, Francisca Maria Campos da Silva, disse que o pai dela e os irmãos costumavam conduzir as cantorias, mas com a morte deles, o suporte dos outros grupos é essencial.

“A gente só vem se apresentar, não cantamos mais de casa em casa por causa dessas perdas. Deus levou os foliões antigos. Era um costume de minha mãe e pai, e quem está aqui agora são os netos e amigos. Perdemos uma participante recentemente, mas mesmo com as dificuldades podemos voltar a apresentar novamente a bandeira da família”, contou Francisca. 

Com 64 anos de atuação, o mestre Manuel Silva, do Grupo Rei Baiano, disse que a companhia foi criada no Estado do Paraná, para benzer fazendas. Com a mudança para Tupã, os integrantes passaram a visitar diferentes comunidades religiosas, assim como os domicílios. “Durante quatro semanas a gente sai pelas casas. Percorremos todas as igrejas e durante o dia recebemos o povo na nossa Igreja pra comer e beber. Mas, acredito que essa tradição vai parar, porque não tem mais instrutores de Folia de Reis como antigamente”.

O subsecretário de Cultura de Tupã, Luis Carlos Sanches, explica que o município assegurou o transporte dos 18 reiseiros vindos de Rinópolis, dos 11 foliões herculandenses, assim como para os 8 integrantes do Grupo Rei Baiano de Tupã. “Entregamos um certificado para os grupos, a fim de agradecer e parabenizar essas pessoas pela dedicação para manutenção deste festejo”.