O ensino em tempo integral permite expandir as áreas do conhecimento ainda na educação infantil. Na EMEIEF professor José Maris, hortas pedagógicas têm sido utilizadas para ensinar a importância do consumo consciente e da alimentação saudável.
Alunos do pré ao 1º ano tem a oportunidade de participar do cultivo de plantas, verduras e legumes, por meio da modalidade de Sustentabilidade. As crianças passam por todo processo de desenvolvimento desde a semente, trabalham na irrigação, retirada de ervas daninhas, colheita, limpeza, consumo e também na comercialização.
“A horta na escola é um espaço pedagógico ao ar livre ideal para o contato com a terra, e isso é um privilégio. Porque são ensinamentos que os pequenos levam para as famílias e que marcam a vida deles”, disse Eduardo Augusto Fernandes da Silva, um dos professores responsáveis.
Por meio do cultivo das plantas, as crianças entendem que tudo na natureza precisa de carinho, de água, sol e de nutrientes. Para a lavoura ter os compostos necessários para seu crescimento, as turmas também contam com uma composteira, sistema que transforma restos de alimentos em adubo.
Os próprios estudantes depositam resíduos de frutas, legumes, cascas de ovos, e borra de café num recipiente com minhocas, que não produz cheiro nem atrai insetos, por ser próprio para decomposição de alimentos para adubo.
A EMEIEF professor José Maris dispõe de duas hortas, a primeira foi implantada com ajuda de um pai de aluno, que dispôs de tempo e maquinário para preparo do solo. Os educadores que lecionam a disciplina de Sustentabilidade ficaram responsáveis pelo enriquecimento da área com esterco orgânico de galinha.
Plantas Alimentícias Não Convencionais
A outra horta formada na unidade destaca o potencial nutricional das PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). A iniciativa tem parceria com o Tupã 2030: Programa de Promoção Integral e Sustentável da Saúde e Bem-Estar da Criança e do Adolescente.
Coordenado pela professora Giseli Boiam Dall’Antonia, mestranda do PGAD (Programa de Pós-graduação em Agronegócio e Desenvolvimento) da Unesp Tupã, o projeto-piloto é feito com alunos em idade pré-escolar, e apresenta o teor nutritivo das plantas, sementes, raízes, flores e tubérculos, que não costumam ser comercializados em feiras.
Por serem espontâneas, a sociedade classifica as PANCs como invasoras. Pois, nascem facilmente em calçadas e quintais. Mas, quando cultivadas em canteiros, sem contaminação, elas podem ser ingeridas comumente. A pesquisa da professora foca no estímulo às plantações desse tipo e da inserção das PANCs na alimentação, inclusive no cardápio das escolas.
“Hortas são recursos didáticos que contemplam habilidades e experiências para a educação infantil previstas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e no currículo paulista. Elas possibilitam que as crianças explorem os movimentos, as cores, traços, e formas, o espaço, o tempo, as relações das transformações, a fala, a escrita e a imaginação”, explica Giseli.
Para participar das atividades na horta, os pais ou responsáveis assinaram um termo de consentimento. Dessa forma, as crianças podem lidar com as plantas e levam porções para casa com o modo de preparo para poderem experimentar.
Conforme a secretária de Educação, Solange Schinor, isso traz muitos benefícios porque desperta neles a curiosidade e a vontade de experimentar alimentos novos e saudáveis. “Tudo que é plantado, colhido, ora é consumido na escola, ora é levado para casa. Dessa forma, melhoramos a alimentação deles na escola e em casa, porque os pais preparam e consomem com os filhos. Com isso, estamos fomentando nossa meta de erradicar os índices de má nutrição infantil em Tupã até 2030. Então, as hortas são um projeto de suma importância para a educação”.
Tupã