O Ambulatório de Moléstias Infecciosas de Tupã inicia a partir deste mês a realização do teste IGRA (Interferon Gamma Release Assay), exame para a detecção de tuberculose latente, em pacientes que não apresentam sintomas da doença, e que integram o grupo de imunocomprometidos, cujos mecanismos de defesa contra infecção apresentam alterações.
O teste padrão utilizado no SUS, atualmente, é o tuberculínico PPD (purifiedproteinderivative). No entanto, segundo a coordenadora do Programa Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais, Anaille Michelotti, os resultados podem ser confundidos pela identificação de microbactérias não tuberculosas, vacina BCG, ou por fatores relacionados à manipulação, realização e leitura do teste.
"Uma coisa que é muito importante é de não haver interferências. Ele [IGRA] não permite reações cruzadas, devido a sua especificidade. Sem contar que é um exame que favorece a adesão dos pacientes. Os outros são mais trabalhosos de serem feitos, enquanto o IGRA é uma coleta de sangue. É um exame extremamente específico, eficaz, e possibilita o tratamento precoce desses pacientes", afirmou a coordenadora.
A tuberculose é uma doença extremamente comum. No Brasil, em 2021, foram notificados 68.271 novos casos da infecção, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde, divulgado em março deste ano. Conforme o secretário municipal de Saúde, dr. Miguel Ângelo de Marchi, os sintomas geralmente incluem tosse (às vezes, com sangue), perda de peso, sudorese noturna e febre.
Ainda segundo o secretário, um fator que prejudica a identificação da doença é haver pacientes que não apresentam nenhum indicativo. "Muitas pessoas podem conter a tuberculose e não apresentar sintomas. Geralmente, essas pessoas são as crianças, que tiveram contato com parentes e familiares que tiveram ou estão com a infecção, e os imunossuprimidos. O IGRA vai detectar a tuberculose em pacientes que possuem a bactéria e não sabem”.
Tupã