"
Garantir a dignidade e oferecer atendimento humanizado a quem passou grande parte da vida internado em instituição psiquiátrica. Esse era o grande desafio da prefeitura ao receber do Estado e do Ministério Público a incumbência Federal de cuidar de vários pacientes psiquiátricos internados no Instituto Psiquiatria Tupã (IPT) e que ficariam desamparados com o fechamento da instituição.
Para garantir total assistência aos pacientes;* a prefeitura;* através da Secretaria Municipal de Saúde;* decidiu implantar a Residência Terapêutica. Segundo a titular da Pasta;* Rosângela Urel;* a implantação do espaço veio de encontro com a política de saúde mental de desinstitucionalização e fechamento de leitos hospitalares psiquiátricos;* defendida pelo governo federal.
“Com o fechamento de IPT;* por iniciativa da própria diretoria da instituição;* estado e Ministério Público Federal passaram a discutir o que poderia ser feito com os pacientes moradores do IPT e se chegou ao consenso de que eles não deveriam ir para outro hospital fechado e sim para residências terapêuticas;* que são locais mais apropriados e mais dignos para eles viverem. Os municípios da região passaram a implantar esses espaços para receber de volta os pacientes e até por Tupã ser a cidade onde o hospital estava instalado também instalou sua residência terapêutica na avenida Tapuias;* próximo ao Tiro de Guerra”;* esclareceu.
Além de adequar o espaço para receber a Residência Terapêutica;* a prefeitura precisou disponibilizar uma equipe de 12 funcionários;* incluindo técnico de enfermagem;* psicólogo;* cozinheira;* auxiliar de limpeza e vários cuidadores;* que se revezam em regime de plantão para garantir assistência e acompanhamento 24 horas aos pacientes.
Rosângela informou também que desde que foi instalada a Residência Terapêutica de Tupã está atendendo 10 pacientes;* todos ex-moradores do IPT. Alguns deles;* destaca a secretária de Saúde;* viviam há cerca de 20 anos internados na instituição.
“Nós temos pacientes que moravam há 20 anos dentro do hospital;* que estavam institucionalizados até mais de 20 anos. E hoje;* com a Residência Terapêutica;* já não estão institucionalizadas. Hoje eles estão dentro de um lar;* onde procuramos não só manter a dignidade deles;* mas também devolver a sua autonomia. Graças à Residência Terapêutica hoje eles vivem de uma forma diferenciada da instituição asilar;* como se fossem moradores comuns;* que vivem dentro de uma residência comum;* mas com toda assistência e acompanhamento necessários”;* explicou Rosângela.
O prefeito Manoel Gaspar;* que visitou a Residência Terapêutica acompanhado da secretária de Saúde e do secretário de Governo;* Geraldo Magela;* elogiou o trabalho realizado em prol do bem estar dos pacientes.
“A instalação da Residência Terapêutica foi solicitação do procurador federal após o fechamento do IPT e foi concretizada graças à parceria entre a prefeitura e o governo federal. Hoje temos 10 pessoas morando nessa residência;* fazendo outro trabalho humanitário e social. O diferencial é que aqui elas não ficam presas;* e além disso tem a oportunidade de conviver como se fosse em uma casa;* em uma residência mesmo;* com direito a televisão e aparelho de som;* onde podem bater papo e são tratados como moradores normais de uma casa. Vendo o resultado aqui;* fico muito feliz e agradeço a todos os nossos funcionários que nos têm nos ajudado. A Residência Terapêutica é um trabalho grande social;* uma grande ação humanitária e só quem conhece é que dá o devido valor”;* elogiou.
Moradores mantém rotina de atividades
A psicóloga Bruna Bustamante;* coordenadora Residência Terapêutica;* informou que além de toda estrutura oferecida aos pacientes-moradores;* outro diferencial neste tipo de atendimento é que os assistidos mantém uma rotina diária de atividades. Similiar à rotina de uma lar.
“Os pacientes têm a rotina de um lar;* já que aqui é o lar deles. Eles passam pela terapia ocupacional ;* temos a parceria com Ambulatório de Saúde Mental;* eles fazem atividades físicas diariamente;* com passeios acompanhados de nossos cuidadores. Nossos moradores também passeiam livremente;* como é o caso dos irmãos Andrade;* que passeiam sozinho pela cidade”.
Segundo Bruna;* os pacientes também realizavam diversas atividades dentro da residência;* como trabalhos de pintura;* trabalhos lúdicos;* além de atividades que possam trazer pra eles agilidades nos movimentos.
“Nós estamos com a parceria também com a fisioterapia;* temos entidades parcerias que recebem nossos pacientes;* até porque o intuito da Residência Terapêutica é levar o morador até o local para que eles possam ir se adaptando à cidade e a cidade a eles. Então a gente trabalha com as atividade fora da nossa residência;* eles freqüentam as festas da APE;* as festas promovidas pela cidade;* e todos os tipos de atividades que uma cidade proporciona a eles. Ou seja;* temos trabalhado para que eles possam se adaptar ao novo ritmo de vida que eles vêm seguindo;* que é o ritmo de ter um lar”;* afirmou.
Para Fátima;* uma das cuidadoras;* a Residência Terapêutica também ajuda a resgatar e fortalecer vínculos afetivos. “O dia a dia é muito bom. A gente se tornou uma família;* um cuidando do outro;* um corrigindo outro;* aquela União familiar. Trabalhando aqui;* cada dia a gente pega mais amor neles”;* revelou.
Tamanha dedicação e carinho já fazem parte da nova vida dos pacientes moradores;* que não escondem a felicidade de poder contar com um lar. “Aqui é uma maravilha. Comida boa;* o povo trata todos bem;* estou gostando daqui;* está bom. Tudo dá certo;* não tem do que reclamar daqui não”;* afirmou Wilson Andrade;* um dos moradores da Residência Terapêutica.
Luis Carlos Fernandes;* que ficou mais de 20 anos internado no IPT;* também elogiou o tratamento recebido no local. “Aqui é mil maravilha;* vamos na igreja louvar a Deus;* vamos na terapia;* vamos passear na rua. Estou muito agradecido por todas as pessoas maravilhosas que cuidam muito bem da gente”;* finalizou.
"
