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Peça “Isso Não É Um Sacrifício” discute violência e intolerância
Dando sequência à programação do Circuito Cultural Paulista;* Tupã recebeu no último domingo o espetáculo “Isso Não é um Sacrifício”. O monólogo;* dirigido e interpretado pela atriz;* diretora e produtora teatral Christiane Tricerri foi apresentado no anfiteatro Clay Alexandre da Silveira;* no Jardim Aritana;* com entrada franca.
A peça;* de autoria roteirista;* dramaturgo e escritor Fernando Bonassi (autor dos livros Subúrbio;* Luxúria;* Passaporte e SP/Brasil;* entre outros;* e roteirista dos filmes Carandiru e Cazuza) usa o apedrejamento cultural e religioso praticado ainda hoje em alguns países do oriente como pano de fundo para discutir não apenas a violência contra a mulher;* mas a violência humana e a intolerância;* que transforma vítimas em algozes (e vice versa) de acordo com a inadequação de sua opinião frente ao chamado senso comum.
Minimalista;* com cenário que se limita a algumas pedras e uma cadeira;* além de iluminação quase monocromática reproduzindo tons de fogo;* como amarelo;* laranja e vermelho;* a peça se constrói na força no texto e na interpretação visceral de Christiane Tricerri.
Mais do que transformar a mulher em figura frágil e vitimizada;* e tornar o homem seu contraponto de violência e poder;* o monólogo traça um paralelo com a realidade brasileira em várias outras formas de apedrejamento;* como a social;* cultural;* política e econômica. De forma crua;* muitas vezes usando violência textual para retratar a violência cotidiana;* “Isso Não é um Sacrifício” leva público a uma sessão de desconforto. Desconforto que leva à reflexão.
Bate papo
Após a encenação;* a atriz Christiane Tricerri participou de um animado bate-papo com o público;* onde falou sobre os objetivos da peça;* a banalização da violência e as dificuldades para produzir cultura no país.
Considerada uma das principais atrizes de teatro da sua geração;* Christiane estrelou grandes sucessos teatrais do Grupo Ornitorrinco como Ubu;* O Doente Imaginário;* A Velha Dama Indigna;* Sonho de uma Noite de Verão e A Comédia dos Erros;* todas sob a direção de Cacá Rosset.
Ela destacou a importância do poder público para o fortalecimento da cultura e agradeceu a presença do vice-prefeito Caio Aoqui; do secretário municipal de Cultura;* Renato Gonzalez e do vereador Eduardo “Shigueru” Edamitsu.
Sucesso também na televisão;* onde participou das minisséries Anarquistas Graças a Deus de Walter Avancini na TV Globo;* Cometa na TV Bandeirantes e A Casa das Sete Mulheres de Jayme Monjardim e da novela Amor à Vida;* Christiane agradeceu a presença do público e minimizou o fato do teatro não estar lotado.
“Eu prefiro me apresentar para um publico restrito;* mas que se envolve com o espetáculo do que para um público maior;* mas disperso. Por isso gostaria de agradecer a todos vocês que vieram nos prestigiar;* já que é através de vocês que a cultura e teatro continuam vivos”;* elogiou.
Cristiane destacou ainda a importância do programa Circuito Cultura Paulista;* uma parceria entre o governo estadual;* através da Secretaria Estadual de Cultura;* Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA) e prefeitura;* para a democratização e massificação da cultura.
“Participo do Circuito Cultural há 10 anos e sei o quanto ele é importante por permitir que a gente leve nosso trabalho a lugares que dificilmente conseguiríamos ir sem o apoio de projetos como esse. Sabemos também que esse programa é de grande importância por permitir que moradores de cidades do interior possam ter acesso;* de forma gratuita;* a espetáculos que geralmente são apresentados apenas em grandes centros. Além de democratizar a expressão artística;* esse programa é fundamental para a formação de novos públicos”;* concluiu.
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