Numa noite de reconhecimento da luta contra o racismo e de valorização dos povos racializados, a Subsecretaria de Direitos Humanos encerrou a Semana da Mulher Negra de Tupã com uma homenagem à 17 moradoras do município e com a oficialização do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIRT).

Na cerimônia realizada terça-feira, 25 de julho (Dia da Mulher Negra e da Mulher Afro-Latina-Americana e Caribenha), na Câmara Municipal, o prefeito Caio Aoqui sancionou o decreto nº 5.157, de 2023, que determina a criação do COMPIRT, órgão colegiado de promoção de políticas públicas para redução das desigualdades sociais.

 “Estamos muito felizes por poder prestigiar um evento como esse, que valoriza a história da mulher negra brasileira. O ser humano está em constante aprendizado, e precisa lembrar do seu passado para construir o futuro. O André Prado tem dado uma dinâmica muito importante à Subsecretaria de Direitos Humanos, setor diretamente relacionado à implantação deste conselho, e certamente levará adiante políticas afirmativas e as discussões por mais medidas reparadoras tão necessárias como esta”, declarou o prefeito.

Compuseram a tribuna de honra Eliane Soares de Souza, Marisa da Silva, Marlene da Silva, Paula Fernanda dos Santos, e Ana Paula Barbosa, que ressaltou a importância de se celebrar a trajetória das mulheres negras, além do Dia 8 de Março.

“O Dia Internacional da Mulher é muito importante, mas se a gente olhar com um pouquinho de atenção, a mulher negra já nasceu lutando e nasceu trabalhando, porque nosso povo foi infelizmente escravizado. Enquanto a mulher branca comemorava sua entrada no mercado de trabalho, a mulher negra lutava para ser respeitada, não apenas como mulher, mas como ser humano”, declarou Barbosa.

Outras 12 cidadãs foram escolhidas para representar as mulheres negras de Tupã e receberam placas em alusão ao dia 25 de Julho. Sendo elas: Ana Claudia Silva Ferreira, Aparecida Fátima Ramos Chagas, Armelinda Lourenço Prado, Dalila de Faria, Elisa Isaac, Elisa Périco, Isilda dos Santos Souza, Jhenyfer Mayara Silva Santos, Maria Madalena Gonçalves, Marli Anselmo, Neuza Inácio e Valdirene de Freitas.

Valdirene de Freitas conta que como educadora ela tem a oportunidade de promover debates e servir de exemplo para as alunas dela na afirmação diária da própria raça. “Nos ensinaram a ter vergonha da nossa identidade. Estar aqui na aprovação desse decreto e com essa homenagem, damos um passo à frente em nossa resistência contra o preconceito, a opressão, e a invisibilidade do povo negro”. 

A solenidade contou ainda com a presença do Coordenador Estadual das Políticas para a Comunidade Negra (CPPN), Robson Ferreira, representando na ocasião a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. A participação de Robson Ferreira resulta de um convite feito pelo vereador Paulo César Soares – Paula da Farmácia.

“O conselho é um órgão fiscalizador, que desenvolve junto da municipalidade, e dos estados, políticas públicas para a comunidade, seja na área da educação, da saúde, da habitação. Então, este é um momento de bastante alegria para todos nós e de muita responsabilidade também para aqueles que irão compor o conselho, porque representarão toda comunidade negra local”, declarou.