A Secretaria Municipal de Cultura vai realizar neste domingo, diversas atividades que fazem parte da programação do projeto Afrofest. O evento, que será realizado na Praça da Bandeira, começa às 15 horas com Pocker Show Rap, Apresentação Break, Capoeira Kids de Tupã com o Mestre Pit Bull e Show com o Grupo Sem Preconceito. Dando continuidade à programação, a partir das 20 horas, a população terá a apresentação da Cia de Dança Stylo Black e o mega show de encerramento com a cantora Marcela Vale “Mahmundi”.
O secretário municipal de Cultura, Renato Gonzalez, destacou que Mahmundi iniciou sua carreira na música frequentando uma igreja no bairro de Marechal Hermes, subúrbio do Rio. Lá descobriu sua voz e teve acesso a instrumentos como bateria, violão e teclados. Sua evolução, porém, a partir de 2009 desenrolou-se entre cabos e plugs num templo pagão, o Circo Voador, o principal palco alternativo da cidade, onde trabalhou como técnica de som e roadie.
“A cantora, compositora, produtora e multi-instrumentista Mahmundi apresenta em ‘mundo de Marcela’, as canções de seu álbum de lançamento ‘Mahmundi’. Com esse disco, a cantora se estabeleceu como uma das grandes artistas de 2016, recebendo boas críticas da imprensa especializada e vários prêmios e indicações. No mesmo ano, ganhou o Prêmio Revelação da APCA (Associação Brasileira dos Críticos de Arte)”, informou.
Mahmundi
Não importa se for o tradicional ou o do aplicativo, no caminho de Mahmundi tem sempre um táxi - no Rio, onde nasceu, ou em qualquer cidade onde seja levada por sua música. E ela sabe aproveitar muito bem a viagem. Além de rotas e percursos, o passeio inclui também pesquisas informais sobre o que se ouve no rádio durante incontáveis corridas diárias. Viver em trânsito, em movimento – de forma figurativa ou não – jamais foi um problema para Mahmundi, cantora e multi-instrumentista que embarca no seu primeiro álbum completo e oficial, homônimo, pelo selo StereoMono, da Skol Music.
Debaixo da celebrada lona da Lapa, ela não apenas aprendeu as manhas dos bastidores, como também assistiu bem de perto a diversos shows marcantes – Air, Cat Power, Tame Impala, entre outros – e fez algumas amizades duradouras, como a com Liminha, que conheceu depois de elogiar uma guitarra vermelha cujo dono era o renomado produtor que acabou convidando-a para tocar numa banda só de mulheres na edição do Prêmio da Música Brasileira daquele ano.
A troca de papéis começou com o primeiro EP “Efeito das Cores”, lançado de forma independente em 2012. Ali, Mahmundi encontrou sua assinatura artística promovendo a união de boa parte de suas referências com uma sonoridade moderna e o apreço pelo formato de canção, tudo isso combinado ao imaginário ensolarado do cotidiano carioca. Foi onde tudo começou - os timbres oitentistas que fizeram com que fosse comparada a Marina Lima, fase “Fullgás”, a estética de nomes da geração 2010, como Toro Y Moi, Neon Indian e Ariel Pink. Trazia também parceiros que Mahmundi mantém até hoje, como o baixista Felipe Velozo e o produtor Lucas de Paiva. No ano seguinte lançou outro EP, “Setembro”, uma espécie de contraponto melancólico ao colorido do primeiro trabalho e que flertava com uma sonoridade mais R&B, atualmente uma forte característica de sua música, bastante presente no novo disco.
Aos poucos, Mahmundi foi sendo naturalmente associada a uma então emergente cena do Rio. Uma inquietação e a percepção de alguma espécie de mau contato começou a incomodá-la. Seu álbum de estreia começou a ser esboçado já com essa sensação de deslocamento do próprio universo que havia projetado seu nome. Em 2013 ganhou o Prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria Novo Hit, por “Calor do Amor”. Em 2014, após tocar no exterior pela primeira vez - no México, no festival Bahidora -, Mahmundi foi premiada novamente no mesmo Prêmio Multishow de Música Brasileira, desta vez na categoria Nova Canção, por Sentimento - faixa que encerra o disco de estreia. No júri especial do evento, estava Carlos Eduardo Miranda, produtor e uma das figuras mais queridas e respeitadas do mundo alternativo brasileiro.
O esperado debut foi quase todo produzido pela própria Mahmundi no home studio da artista, no Rio, durante o verão de 2015, mantendo as conexões que a trouxeram aqui: Felipe Vellozo e Lux Ferreira, que fazem parte de sua banda, e Lucas de Paiva, que produziu o primeiro EP e também os arranjos da nova canção “Eterno Verão”.
"Eu comecei a gravar e produzir minhas músicas quando tinha cerca de 25 anos. Agora estou chegando perto dos 30 e queria me entender e me provocar como artista e como pessoa. Daí a vontade e a necessidade dessa mudança. E estou gostando muito da vida em São Paulo", garante. "Talvez amanhã eu vá morar em Portugal ou em Tóquio, quem sabe? Por isso, acho que a capa do disco - com aquela luz alaranjada que remete ao Sol, mas na real um fundo infinito - reflete bem esse meu momento. Eu posso estar em qualquer lugar com a minha música", disse a cantora.
O projeto “Afrofest” que acontecerá por meio de parceria entre a Secretaria de Cultura, Ong Umont, Sesc Thermas de Presidente Prudente através do Sindicato do Comércio Varejista de Tupã (Sincomércio) e Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA).
Tupã